O Plano Safra deste ano apresentado dia 22 de junho, e oficializado na segunda-feira, dia 28, totalizou um aporte de 251,22 bilhões de reais para apoiar a agropecuária nacional. Para aqueles que desconhecem, trata-se de uma forma de subsídio para financiamento da produção nacional com o fim de fomentar a competitividade do produto no mercado internacional.
Suscintamente, para produzir em larga escala, o produtor rural precisa de crédito para aquisição de insumos para ter condições de investir e custear a produção. Para tanto, considerando que se tratam de altos investimentos, bem como por ser uma economia de base e de grande importância estratégica de Estado, são lançadas linhas de crédito de apoio para financiamento do setor. Dentre eles está o Plano Safra, que desde 2003, disponibiliza os recursos anualmente para pequenos, médios e grandes produtores rurais.
Conforme o último ciclo, o Brasil alcançou a produção de 262.130,1 mil toneladas de grãos, segundo dados da Conab de junho deste ano, e através do incremento no volume a ser financiado pelo Plano Safra e diminuição das taxas de juros, busca-se um novo recorde de safra, mesmo diante de um ciclo produtivo com fortes impactos econômicos devido à pandemia.
Esse ano o slogan é: “Cada vez mais verde”, de modo que houve uma ampliação das fatias de investimentos visando o fortalecimento dos projetos ABC, Inovagro e Proirriga e o financiamento à produção de bioinsumos, de energia renovável e à adoção de práticas conservacionistas de uso, manejo e proteção dos recursos naturais e agricultura irrigada.
O Programa de Agricultura de Baixo Carbono (ABC) teve um incremento de 101% relativo ao ano anterior, tendo em vista que 56,5% dos contratos do Plano Safra dos últimos 3 anos foram destinados para investimentos em sistemas ambientalmente sustentáveis, com aproximadamente 187 bilhões de reais aplicados. Viabilizou-se, então, a aplicação de investimentos para aquisição e construção de instalações para a implantação ou ampliação de unidades de produção de bioinsumos e biofertilizantes de uso próprio, bem como para financiamento de projetos de implantação, melhoramento e manutenção de sistemas para a geração de energia renovável. Além disso, o limite de crédito coletivo no que se refere à geração de energia elétrica, a partir de biogás e biometano, contempla até R$ 20 milhões.
Nesse sentido, o desenho deste Plano Safra cumpre seu papel de financiar a cadeia de produção agropecuária, e vai além de modo a impulsionar a aplicação de recursos para medidas sustentáveis, alcançando os objetivos da Agenda 2030. Ou seja, além de contribuir para a rentabilidade do produtor rural, a adoção de tais tecnologias torna mais racional o uso dos insumos e recursos naturais no desenvolvimento da atividade agropecuária, conferindo maior sustentabilidade à produção.
Esse texto também foi publicado no Jornal Popular, edição 1.609, de 01 de julho de 2021.