Na semana passada, tivemos a visita da Diretora Geral da Organização Mundial do Comércio - OMC, Okonjo-Iweala. Na ocasião também estiveram presentes, além do Presidente da República, parlamentares, autoridades e organizações ligadas ao agronegócio para discutir temas atuais do setor.
Em palestra no Instituto Rio Branco, academia diplomática do Brasil, a Diretora Geral instou o Brasil a desempenhar um papel ativo no aumento do suprimento global de alimentos para mitigar uma crise global de segurança alimentar, provocada pela disponibilidade reduzida de exportações agrícolas da Rússia e da Ucrânia, um apelo que foi bem recebido pelo Presidente. As preocupações brasileiras sobre o impacto do conflito no comércio de fertilizantes foram reconhecidas pela Diretora Geral, uma vez que chave para aumentar os rendimentos que permitiriam ao Brasil expandir as exportações de alimentos para ajudar a combater a insegurança alimentar.
Percebe-se, fortemente, que a missão do agronegócio vai além das fronteiras nacionais. Tem um famoso jargão, a respeito do Brasil ser o celeiro do mundo, entretanto, a condução para tal ponto é bastante complexa e condicionante a diversos fatores, tanto nacionais quanto internacionais.
É evidente a dependência brasileira quanto aos insumos, que na sua maioria são originadas do exterior, e sendo assim, a base do jargão acima descrito fica frágil em um contexto geral. Para tanto, é preciso unir forças para fazer jus ao potencial técnico já comprovado no campo, para que seja possível assegurar insumos à toda área plantada brasileira. Ou seja, uma tarefa desafiadora para os próximos governos, de importância fundamental em época de pleito eleitoral.
Esse texto também foi publicado no Jornal Popular, edição 1.651, de 28 de abril de 2022.