A forte estiagem que assola o nosso estado deve trazer números crescentes se comparadas as últimas estimativas de 2021 da FecoAgro (Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado do Rio Grande do Sul). A instituição que analisa a produção e perdas pela falta de chuvas levou em conta a produção inicial estimada pelo IBGE com o percentual de perdas divulgados pela parte técnica da Federação, resultando em mais de 19,7 bilhões de reais de prejuízo.
Tal resultado impacta diretamente o produtor rural, que deve estar atento às questões relativas ao crédito para planejamento das próximas safras. Entretanto, essa é apenas a ponta do iceberg, tendo em vista que, assim como um dominó, os efeitos recairão nos preços médios de produtos em 2022.
A análise apontada leva em conta o setor de milho e soja, mas importante ressaltar que também há perdas na pecuária de corte, de leite e de hortigranjeiros. A projeção para 2022, tomando por base os preços de milho e soja atuais, chega a 25 bilhões de reais.
São 384 dos 497 municípios gaúchos, que se encontram em situação de emergência já decretada e homologada pelo Governo do Estado, conforme Defesa Civil, havendo alguns pedidos de outros municípios ainda pendentes de avaliação. Na região, a maior parte já se encontra na lista, com algumas exceções como Nova Prata, Vila Flores, Fagundes Varela e Nova Araçá.
Espera-se que as chuvas que ocorreram, sejam mantidas até o final de abril para que não seja esta safra lembradas como as fortes estiagens de 2005 e 2012, em que houveram 50% e 40% de quebra na safra de soja, respectivamente.
Esse texto também foi publicado no Jornal Popular, edição 1.639, de 03 de fevereiro de 2022.