Lá no fundo tem um pote vazio. Algumas pedrinhas ao fundo, terra para sobrepor e, coloca esse brotinho no centro. Empurra com o dedo, como se quisesse enterrar, mas não faz com essa intenção. Joga mais um pouquinho de terra em cima, como se fosse polvilhar. Não deixe de molhar com água, quando sentir que a terra está seca. Pronto.
Somente isso e nasceu uma linda flor. Tão bela, tão simples. O que aconteceu, porém, não teve a mesma brevidade. Dias se passaram, muitas regas, cuidado e zelo, sol, chuva, vento. Ali persistiu e surgiu do pequeno brotinho uma flor esplendorosa.
Quando há disposição em criar, recomeçar, projetar, entrar em ação, é perseguido o mesmo processo, com algumas indicações e etapas para seguir. Ajeita aqui, ajusta ali, e o sonho passa a tomar forma. Modificações para se adequar às necessidades, assim como o broto se moldou à terra, enraizou, e viu o sol ao crescer. Então, seguindo a metáfora, o sonho vira realidade.
Cresce e cresce, em pouco tempo será preciso mudar para um vaso, colocar na terra, qual seja a escolha. Pois bem, novamente passaram dias, regas, sol e chuvas até a adaptação à nova morada. E será que vai durar? Vou perder a minha flor?
Sim e não. É tão relativo quanto a intenção que coloca sobre a ação que conduz. Sonhos, planos e flores podem ter tanto em comum como a vontade de que sejam semelhantes. Somente o serão, e assim, resplandecerão, com a atenção dedicada a cada etapa, como se fosse a primeira. Assim como cada novo dia, uma oportunidade em fazer melhor.
Esse texto também foi publicado no Jornal Popular, edição 1.621, de 23 de setembro de 2021.