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COP26 em andamento

04 de novembro de 2021
Autor : Luiza da Silveira Bavaresco

Até o dia 12 de novembro, estará sendo realizada a COP26 - Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, em Glasgow na Escócia. Lá se buscam traçar medidas de colaboração entre 197 países signatários para buscar estabilizar as concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera. É a maior e mais importante conferência sobre o clima do planeta, e segue sua tradição desde a Cúpula da Terra, em 1992, no Rio de Janeiro, onde adotado a Convenção-Quadro da ONU sobre Mudanças Climáticas.

No mesmo sentido, já foram firmados outros tratados como o Protocolo de Quioto, em 1997, e o Acordo de Paris, em 2015, porém, neste último apenas foi determinado o limite de aquecimento global em dois graus a mais que o averiguado como temperatura média do planeta. Dessa forma, a expectativa aumenta em face da necessidade e urgência em confirmar o teto de temperatura - quando na verdade já verificado um incremento de 1,2 graus -, bem como a finalização do Regramento de Paris, que determina quais serão as ferramentas de avaliação e controle.

Recentemente, em reunião do G20, em Roma, os líderes acordaram em frear o aquecimento, estabelecendo uma meta arrojada e desejada de limitar em 1,5 grau ao invés de 2,0 graus, o que denota a ambição da COP26. Porém, considerando que os maiores poluidores são aqueles que apresentam uma matriz energética basicamente em combustíveis fósseis, e por isso, ocupam essa posição, quais sejam China, Estados Unidos, Índia e União Européia, a discussão concentra-se nos mecanismos a serem propostos e ratificados para se efetivar o desejo estabelecido no G20, sobretudo após o período pandêmico, que pressupõe uma maior atividade econômica.

No que se refere aos objetivos do Brasil na COP26, sem dúvida, estão calcados em mudança de imagem internacional, uma vez que focada somente na questão do desmatamento na Amazônia. Para tanto, uma das frentes do país no evento, será através do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento,    que trazem uma nova face do Brasil como Usina de Captação de Gases de Efeito Estufa, em razão da atividade primária que desenvolve.

Isso porque depois de anos de estudo e ciência, a agricultura brasileira é a mais eficiente e sustentável, sendo pioneira no desenvolvimento de agricultura de baixo carbono. Até 2030, o objetivo é disseminar as tecnologias de baixa emissão de carbono a mais 72 milhões de hectares de terras agricultáveis, promovendo ganhos de produtividade em terras agrícolas já consolidadas, sem necessidade de converter novas áreas à atividade produtiva. Com isso, será mitigada a emissão de mais de 1 bilhão de toneladas de CO² equivalente. Ainda, compromete-se em aumentar a meta de redução de emissão de gases de efeito estufa de 43% para 50% até 2030 e manutenção da meta de neutralidade climática até 2050.

Portanto, com o código florestal e desenvolvimento de agricultura sustentável brasileira, é possível ajudar os demais países a converterem o quadro atual para uma estagnação da temperatura global. Além disso, outros tantos mecanismos que já vem sendo desenvolvidos como CPR Verde, Programa ABC nos Planos Safras, como subsídio ao setor, e conservação de reserva legal e de áreas de preservação permanente, conferem ao produtor rural à continuidade de sua missão de preservar o meio ambiente e garantir segurança alimentar e energética.

Da COP26, também é aguardado pelo setor privado, a regulação do mercado oficial de carbono para que ganhe efetividade e tenha suas regras definidas, viabilizando maior incremento monetário ao combate às mudanças climáticas. Sendo assim, não por menos que os holofotes estarão voltados à Escócia, na espera de um bom tratado para a humanidade.

Esse texto também foi publicado no Jornal Popular, edição 1.627, de 04 de novembro de 2021.

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